Se você chegou em Curitiba, pediu um cachorro-quente e ouviu alguém falar que ele leva “vina”, pode ter se perguntado: “O que é vina?” Não se preocupe, você não é o único! A palavra vina é uma das marcas mais curiosas e peculiares do vocabulário curitibano, causando confusão entre quem visita a capital paranaense. Mas de onde vem essa expressão? Por que os curitibanos não chamam de “salsicha”, como no resto do Brasil? Prepare-se para uma verdadeira viagem pela história, cultura e, claro, algumas gírias que só Curitiba tem. Vamos lá?
De onde vem a palavra “vina”?

A explicação para o uso do termo vina é, na verdade, bem simples e está diretamente ligada à história dos imigrantes que chegaram à região de Curitiba no século XIX, especialmente os alemães.
Em alemão, Wiener Wurstchen significa “salsicha de Viena”. A pronúncia dessa expressão especialmente a palavra “Wiener” acabou sendo simplificada pelos imigrantes e seus descendentes como vina. Essa tradição linguística se manteve viva com o tempo e se incorporou ao vocabulário cotidiano dos curitibanos.
Enquanto o resto do Brasil adotou o termo “salsicha” (derivado do latim salsus, que significa “salgado”), Curitiba preservou o apelido carinhoso para esse clássico da culinária alemã. E se você ainda está se perguntando: sim, a vina que você encontra no cachorro-quente curitibano é a mesma salsicha que você conhece. A diferença está só no nome!
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A influência cultural dos imigrantes em Curitiba

Curitiba é uma cidade conhecida pela forte influência de diferentes povos que ajudaram a moldar sua cultura e tradições. Alemães, italianos, poloneses e ucranianos foram alguns dos principais grupos que se estabeleceram por aqui, cada um trazendo seus costumes, suas comidas e, claro, seus idiomas.
No caso dos alemães, não foi só a palavra vina que ficou. Muitas receitas típicas da culinária alemã ainda fazem sucesso em Curitiba, como o famoso Einsbein (joelho de porco) e a chucrute (conserva de repolho). Além disso, a arquitetura de algumas regiões, como o bairro Santa Felicidade, e eventos como o Oktoberfest mostram como a influência alemã deixou marcas profundas na cidade.
Outras gírias e expressões que só Curitiba tem
Agora que você já sabe porque em Curitiba se fala vina no lugar de salsicha, que tal conhecer outras gírias e expressões que fazem parte do vocabulário curitibano? Quem vive por aqui sabe que a cidade tem seu próprio jeito de falar – e isso vai muito além do sotaque!
1. Piazada
Se você ouvir alguém falando “a piazada tá jogando bola ali na praça”, significa que um grupo de crianças ou adolescentes está se divertindo. “Piazada” é como os curitibanos chamam os jovens, e a palavra “pia” também é usada para se referir a uma única pessoa (exemplo: “Esse pia joga bem!”).
2. Capaz
Essa é clássica e pode causar confusão entre os turistas. Em Curitiba, quando alguém responde “capaz”, normalmente está dizendo “de jeito nenhum” ou “imagina”. É um jeito simples, mas cheio de personalidade, de negar algo.
3. Leite quente
Se você é de fora e pedir “leite quente” em um café curitibano, provavelmente o atendente vai te entregar um café com leite quente – ou até mesmo só o leite puro. Aqui, a expressão “leite quente” também é usada para descrever alguém que é muito nervoso ou impaciente. Por exemplo: “Fulano é leite quente, não pisa no calo dele!”
4. Guria e guri
Enquanto em boa parte do Brasil se fala “menina” e “menino”, em Curitiba você vai ouvir “guria” e “guri”. Essas palavras têm origem no dialeto gaúcho, mas foram incorporadas no Paraná, especialmente na capital.
5. Troco do pão
Outra expressão muito comum no dia a dia. O “troco do pão” é aquele dinheiro extra ou miúdo que você tem no bolso. Por aqui, quando alguém diz “me empresta o troco do pão?”, quer dizer que está pedindo uma quantia pequena.
Como o curitibano se comunica?
A fala do curitibano é cheia de sutilezas que podem pegar os turistas de surpresa. Além das gírias e expressões, o tom de voz e o jeito direto de falar também são características marcantes. Dizem que o curitibano é meio fechado, mas a verdade é que ele só precisa de um pouco mais de tempo para se soltar depois disso, a conversa flui!
Outro ponto interessante é o uso da palavra “daí”. Não importa o contexto, você vai ouvir essa palavra com frequência em Curitiba. Pode ser no começo de uma frase, no meio ou no final. Às vezes, ela nem tem um significado específico, mas faz parte do jeito curitibano de se expressar.
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Curiosidades que só Curitiba tem

Além do vocabulário próprio, Curitiba é cheia de particularidades que encantam os turistas. O famoso clima curitibano, por exemplo, é assunto para longas conversas (e piadas, claro!). Aqui, é comum passar pelas quatro estações do ano em um único dia – então, esteja preparado para usar casaco, óculos de sol e guarda-chuva, tudo na mesma semana!
Outra curiosidade é o amor do curitibano pelos parques. A cidade é cheia de áreas verdes, como o Jardim Botânico, o Parque Barigui e o Bosque Alemão. Se você estiver por aqui, não deixe de aproveitar essas atrações!
E se quiser saber mais sobre o que fazer na cidade, confira outros artigos no blog I Love Curitiba, onde você encontra dicas imperdíveis de passeios e eventos.
Conclusão: por que em Curitiba se fala vina?

Agora você já sabe que o uso da palavra vina no lugar de “salsicha” é um legado da influência alemã na cidade. Essa herança linguística, que surgiu lá no século XIX, continua viva e faz parte da identidade cultural de Curitiba até hoje. Mais do que uma simples curiosidade, é um exemplo de como a história molda até mesmo a forma como nos comunicamos.
Então, da próxima vez que você pedir um cachorro-quente em Curitiba, já sabe: peça com vina! E, se alguém ficar confuso, aproveite para contar essa história cheia de sabor e tradição
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